sábado, 28 de dezembro de 2013

Análise: Fahrenheit 451, de Ray Bradbury



Alguns livros são grandiosos por um motivo bastante peculiar: eles falam sobre livros.

Eu já tive a oportunidade de ler alguns livros que possuem como foco principal o ato de ler livros, isto é, a leitura de ficção, os livros e leitores. Esses são livros que, se bem escritos, tem um efeito divisor de águas na vida do leitor. Eles reafirmam o amor pela leitura, elevam seu significado e importância, abre-nos os olhos para uma nova perspectiva a respeito do leitor que há em nós, nos fornece ânimo para continuar esse empreendimento que acaba por se tornar não apenas um benefício pessoal, mas que se difunde e se espalha para outros, que nos torna interessantes, atentos, conscientes de nós mesmos e também dos outros, que nos fornecem as ferramentas necessárias para vivermos a realidade trágica do mundo em que estamos inseridos, que nos tornam referências e, além de tudo, nos agracia com o que podemos definir como um prazer insubstituível e uma experiência tão fantástica quanto as próprias histórias que lemos.

Análise: O Mapa do Tempo, de Felix J. Palma


Um Steampunk altamente recomendado. 

Trata-se de um daqueles livros que renova o amor que sentimos pela leitura e nos traz à mente o motivo pelo qual amamos tanto essa atividade tão única que é o ato de ler e que transforma o leitor inevitavelmente.

"O que me espera na direção que não escolho?"

Com essa indagação, Palma nos introduz no universo que ele elaborou e nos permite incorporar os corpos feitos de tinta e papel dos inúmeros personagens que vagam por uma Londres do século XIX, onde a ciência avança a cada dia e homens e mulheres de renome vivem suas vidas em seus casarões e mansões, alheios ao sofrimento dos pobres miseráveis que foram fadados a viverem uma vida em uma Londres suja e repleta de perigos, onde a vida parecia transcorrer em uma torrente de lama imunda.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Análise: O Pistoleiro, de Stephen King



"O homem de preto fugia pelo deserto e o pistoleiro ia atrás."

Para alguns, ler O Pistoleiro é uma tarefa árdua, mas é uma leitura que vale cada gota de suor.

O Pistoleiro é uma leitura complexa e perturbadora.

Eu confesso que me sinto orgulhoso por ter lido um livro de personagens tão enigmáticos, com pensamentos, ações e reações que são um convite para a reflexão não apenas do comportamento humano, mas da forma como cada ser humano encara os fatos da vida.

Acompanhamos Roland em sua perseguição mortal ao homem de preto, que pode ser tanto um homem comum, como algo não tão comum quanto um simples homem. Roland está realmente disposto à correr todos os riscos para chegar ao homem de preto, e mais que isso, ás respostas que ele possui para suas perguntas.

Acredito que do mesmo modo que Roland precisa de respostas para perguntas que ele não consegue responder, respostas das quais necessita desesperadamente, nós também precisamos, e também as buscamos.

Análise: O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger



J. D. Salinger é um daqueles exemplos de pessoas que podem ser citadas quando se quer falar de alguém que mudou o rumo das coisas em âmbito universal, que mudou as pessoas e continuará a fazer isso ainda depois de sua morte, pois quando você consegue colocar uma perspectiva completamente desconhecida e inovadora na mente de uma nação e mudar o seu modo não só de ver mas de ser e agir, ocorre um fenômeno em cadeia que ultrapassa anos e que perdura mesmo após a sua morte. Um evento com começo, sem fim. Salinger foi uma daquelas pessoas raras que podem ser citadas como pessoas que criaram uma geração. O Apanhador no Campo de Centeio (The Catcher in the Rye), por sua vez, é o único de sua espécie, um feito sem igual, ímpar, um daqueles raríssimos livros que se tornam matéria-prima da qual derivam outros livros e que servem de inspiração para músicas, filmes e, por que não, assassinatos.